Francisco regressa aos compromissos públicos com audiência especial
O Papa regressou hoje aos compromissos públicos, após seis dias fora do Vaticano para um retiro espiritual, e pediu que todos, católicos ou não, sejam capazes de ajudar os mais pobres.
“O amor é o serviço concreto que prestamos uns aos outros, o amor não são palavras: são obras e serviço, um serviço humilde, feito no silêncio e no escondimento”, declarou, durante uma audiência pública especial, na Praça de São Pedro, no contexto do Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016).
Perante cerca de 50 mil fiéis, Francisco apresentou uma reflexão centrada na preparação para a Páscoa, partindo do episódio em que Jesus lava os pés aos seus discípulos, para mostrar que “o serviço é o caminho a percorrer”.
Esse serviço, prosseguiu, “exprime-se na partilha dos bens materiais, para que ninguém viva em necessidade”.
“A partilha e a dedicação a quem passa por necessidades é um estilo de vida que Deus sugere também a muitos não cristãos, como caminho de verdadeira humanidade”, acrescentou.
O Papa falou depois, de improviso, sobre uma carta que recebeu de alguém que se dedicava a cuidar da sua mãe acamada e de um irmão deficiente.
“Esta pessoa, a sua vida era servir, ajudar. E isto é amor”, exclamou.
Francisco aludiu às “tantas pessoas” que passam a sua vida “ao serviço dos outros”.
“Quando te esqueces de ti mesmo e pensas nos outros, isso é amor. Com o lava-pés, o Senhor ensina-nos a ser servos, mais servos, como Ele foi servo por nós, por cada um de nós: por isso, caros irmãos e irmãs, ser misericordioso como o Pai significa seguir Jesus na via do serviço”, prosseguiu.
Após a catequese, o pontífice argentino deixou uma saudação aos vários peregrinos presentes, incluindo os de língua portuguesa.
“Queridos amigos, nessa última etapa da Quaresma, desejo-vos um serviço generoso aos irmãos que ajude a abrir-vos à luz pascal. E vos peço para rezardes a fim que as portas da misericórdia se abram em todos os corações. Abençoo-vos a vós e às vossas comunidades”, disse.
O Papa deixou ainda um pedido de oração aos que “ainda hoje sofrem perseguições por causa da fé”.
CR/Ecclesia