Dia Mundial do doente celebrado pela Igreja Católica
A Igreja Católica celebra hoje o Dia Mundial do Doente, tendo como pano de fundo a mensagem do Papa, na qual Francisco assinala que a doença coloca a fé em Deus “à prova” mas revela “toda a sua força positiva”.
“A doença, sobretudo se grave, põe sempre em crise a existência humana e suscita perguntas que nos atingem em profundidade. Podemos sentir-nos desesperados, pensar que tudo está perdido, que já nada tem sentido. Nestas situações, a fé em Deus se, por um lado, é posta à prova, por outro, revela toda a sua força positiva”, escreve.
Francisco contextualiza que não é porque a doença, tribulações ou perguntas desapareçam mas porque “dá uma chave para descobrir o sentido mais profundo” do que se está a viver.
A doença “permanente” e os cuidados constantes desta debilidade física foram “uma novidade” para monsenhor Augusto Cabral, reitor do Santuário do Santo Cristo dos Milagres, que o obrigou a novas rotinas e adaptações.
Este sacerdote, natural da Ilha de São Miguel (Açores), tem quase 80 anos e confessou à Agência ECCLESIA que os “princípios e os valores adquiridos” ao longo da vida são uma ajuda fundamental neste período de sofrimento.
No testemunho deste sacerdote açoriano, a respeito do Dia Mundial do Doente que se celebra hoje, monsenhor Augusto Cabral realça que as “pessoas têm de se habituar a viver com a saúde e também com a doença”.
Os valores e a fé são pilares que ajudam a ultrapassar “os obstáculos e as dores”, sublinhou o antigo diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã.
Para quem é mais sensível, o padre açoriano pede às pessoas para “não colocarem em causa outros valores importantes, como a vida futura”.
“Confiar em Jesus Misericordioso como Maria” é o tema da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Doente deste ano, onde assinala que a doença coloca a fé em Deus “à prova” mas revela “toda a sua força positiva”.
O sacerdote, pela sua fé e espiritualidade, é levado a encarar os limites da doença e do sofrimento como um meio para a vida eterna.
“A situação de doença” ajudou-o a entrar num processo “de purificação” e “redenção”, afirmou.
Os sacrifícios e o lado limitador da doença fazem parte do “crescimento espiritual”, no sentido da “felicidade eterna”, reconhece monsenhor Augusto Cabral.
A mensagem do Papa Francisco desenvolve-se sobre o episódio bíblico das bodas de Caná, “um ícone da Igreja” e destaca a “esperança” que existe neste acontecimento para todos onde se “manifestam os traços distintivos de Jesus e da sua missão” e revela a “solicitude” de Maria que “reflete a ternura de Deus”.
Nesta linha, o reitor do Santuário de Santo Cristo dos Milagres, localizado em Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, desabafa que “extremamente importante” ter uma “energia e uma força muito forte”.
Apesar das dores permanentes, monsenhor Augusto Cabral vive centrado na palavra “esperança” porque é ela que lhe permite sonhar que um dia possa ter “o equilíbrio e a recuperação”.
A “esperança é uma luz” que acompanha sempre este sacerdote natural da Ilha de São Miguel.
A doença ajuda as pessoas a valorizarem a saúde porque este estado limitativo pode “tomar conta da vida da pessoa”, alertou.
A todos os doentes, monsenhor Augusto Cabral aconselha a não desanimarem porque existe “um sentido superior na vida”.
A Jornada do Dia Mundial do Doente, como é tradição, é celebrada no dia da festa litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes; em 2016 é a cidade de Nazaré, na Terra Santa, que acolhe o encontro mundial.
CR/Ecclesia