Grupo de cidadãos lança petição «Pela promoção do direito à vida»
O cardeal-patriarca apelou à reflexão e debate na Assembleia da Republica sobre as leis do aborto e da adoção por pessoas do mesmo sexo, após o veto presidencial de Aníbal Cavaco Silva.
“Faz todo o sentido que volte à consideração dos deputados. Espero, vivamente, que os deputados tomem a sério as observações que o presidente da República fez porque são de boa parte da sociedade portuguesa”, disse D. Manuel Clemente à Rádio Renascença.
Para o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa recorda que “o direito à vida começa onde a vida começa e a vida em gestação não fica fora desse direito”.
“As pessoas que pretendem eliminar a vida em gestação devem ser devidamente acompanhadas para que percebam que da parte da sociedade há alternativas e em relação à adoção por pessoas do mesmo sexo ela contraria aquilo que tem sido sempre a evidência humana. É um passo em falso a adoção por pessoas do mesmo sexo”, sustenta.
O presidente da República vetou as duas leis, que regressam ao Parlamento na próxima quarta-feira.
Neste contexto, um grupo de cidadãos lançou a petição ‘Pela promoção do direito à vida’ e dirigiu uma carta aos bispos das dioceses portuguesas para solicitar o seu apoio na divulgação da iniciativa.
Os peticionários sugerem à Assembleia da República que “promova um amplo diálogo onde sejam ouvidos especialistas, organizações e entidades que se dediquem ao estudo e à promoção da vida nas suas inúmeras valências”
O texto da petição defende a reintrodução das taxas moderadoras na prática do aborto e pede “mecanismos de apoio à maternidade e à paternidade, durante o período de reflexão”, para o qual propõe a obrigação de “consultas com um psicólogo e um técnico de serviço social”.
“Os profissionais de saúde que se declarem objetores de consciência devem poder participar nas várias fases do processo de aconselhamento, tendo em vista a necessidade de se consciencializar para a importância do direito à vida, tal como é consagrado no artigo 25.º da Constituição da República Portuguesa”, defende o grupo de cidadãos, na missiva a que a Agência ECCLESIA teve acesso.
“É altura de os responsáveis políticos não se demitirem das suas responsabilidades e terminarem com a cultura da morte que é o aborto”, acrescentam.