Vaticano pede oração e ajuda concreta para os cristãos vítimas de “uma perseguição brutal”
A Diocese de Angra corresponderá com a sua oração ao apelo “amargurado” do papa Francisco a todas as Igrejas locais para que se mobilizem numa oração conjunta pelo restabelecimento de condições de paz no Iraque.
O Bispo de Angra recebeu esta terça-feira o pedido formal do Vaticano, através de uma missiva do Núncio Apostólico em Portugal, D, Rino Passigato, a solicitar em nome do Santo Padre que se “eleve incessantemente de toda a igreja uma oração coral para invocar do Espírito Santo o dom da paz”.
A primeira manifestação de ajuda concreta por parte da igreja portuguesa foi anunciada esta terça-feira pelo Bispo da Diocese de Leiria-Fátima.
D. António Marto afirmou que o Santuário de Fátima vai enviar 15 mil euros para apoiar a população cristã do Iraque, através da Cáritas Portuguesa, e denunciou o “extermínio” das minorias e a “tragédia” humana no país.
“Estamos diante do extermínio das minorias cristãs, estamos diante de um crime contra a humanidade, de lesa humanidade, e, por isso, é um grito para tirar da indiferença a comunidade internacional e de um modo particular o mundo ocidental”, afirmou.
Segundo o também vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, “o Ocidente não pode continuar a olhar para o lado, a assobiar, iludindo-se de poder ignorar uma tragédia humana” que destrói valores como “a dignidade da pessoa humana, os direitos fundamentais da pessoa humana, a liberdade religiosa”.
D. António Marto recordou o apelo “amargurado e aflitivo” do Papa Francisco e dos bispos do Iraque sobre a “situação dramática dos cristãos e das comunidades cristãs que estão a ser expulsos das suas terras e espoliados de todos os seus bens”, para sublinhar que é “um apelo que tem de ser gritado ao mundo e também gritado em Fátima”.
O bispo de Leiria-Fátima pediu que as Igrejas locais rezem para pedir o dom da paz e exortou à solidariedade do ponto de vista material “a quem ficou sem todos os seus bens e tem apenas a roupa que levou vestida”.
O Papa encontrou-se esta segunda-feira com o seu enviado especial ao Iraque, na Casa de Santa Marta, e no final do encontro a sala de imprensa do Vaticano dava conta da apreensão de Francisco em relação à situação dos cristãos do Iraque.
“As notícias que chegam do Iraque deixam-nos incrédulos e desanimados: milhares de pessoas, entre elas muitos cristãos, expulsas das suas casas de forma brutal; crianças mortas de sede e de fome, durante a fuga; mulheres sequestradas; violências de todos os tipos; destruição de património religioso, histórico e cultural”.
A preocupação do Papa foi também manifestada através de três mensagens na rede social Twitter.
A mais recente, deixa um apelo a todas as famílias: “No momento da oração, lembrai-vos daqueles que são obrigados a abandonar as suas casas no Iraque”.
O pedido é acompanhado pelo marcador ‘#prayforpeace’.
“As notícias que chegam do Iraque causam-nos dor. Senhor, ensinai-nos a viver em solidariedade com os irmãos que sofrem”, referia outro ‘tweet’.
“Convido todos a rezar e, quem puder, a oferecer uma ajuda concreta”, escreveu o Papa.