Grupos da sociedade civil manifestam descontentamento com acordo apresentado na COP21

Equipa da Fundação Fé e Cooperação acompanha trabalhos finais da cimeira em Paris

A Fundação Fé e Cooperação enviou uma equipa para Paris que se juntou à ‘Joint Action’ no âmbito da Cimeira do Clima (COP21) onde se pede um acordo “melhor e mais justo” face que foi apresentado e gerou “descontentamento”.

“Os grupos da sociedade civil e continuarão a exigir um acordo melhor e mais justo sugerindo alguns pontos nos quais podem ser feitas melhorias, nomeadamente em pontos-chave como os direitos humanos, financiamento climático, usa da terra e segurança alimentar”, revela a equipa do Departamento de Educação para o Desenvolvimento e Advocacia Social da FEC.

À Agência ECCLESIA, explicam que o limite de temperatura de 1,5ºC está a ser debatido mas “não está claro que se consigam consensos para atingir este objetivo”.

A Igreja Católica e nomeadamente o Papa Francisco, já na Encíclica ‘Laudato Sí’, têm deixado diversos incentivos para que desta reunião com 195 países saia um documento que seja vinculativo, que coloque “as comunidades mais vulneráveis e as que mais sofrem no centro do debate”.

A organização não-governamental para o desenvolvimento portuguesa (ONGD) destaca que do feedback recebido “tem sido feita referência” à encíclica por “grande parte dos decisores políticos” na COP21.

À margem da Cimeira do Clima existem iniciativas de mobilização para estilos de vida mais sustentáveis.

Segundo o Departamento de Educação para o Desenvolvimento e Advocacia Social, na sociedade do conhecimento “mais do que ter acesso à informação” as pessoas precisam de sentir como sua “responsabilidade pessoal e enquanto membros da sociedade” as questões climáticas.

“Mais do que saber e conhecer é preciso dar exemplos concretos e apontar formas de agir, em gestos do dia-a-dia e em iniciativas concretas”, assinalam.

Cerca de 15 elementos acompanham “in loco” as negociações da Cimeira e ao mesmo tempo mais de 100 representantes participam em iniciativas de mobilização para estilos de vida mais sustentáveis, “em atividades paralelas à COP21”, acrescenta.

A FEC integra a Aliança Internacional de Organizações Católicas de Desenvolvimento (CIDSE) e a presença em Paris, até este domingo, enquadra-se também nas atividades do Ano Europeu do Desenvolvimento.

“Funcionará como arranque do projeto e inspiração para a mobilização que se pretende em Portugal; o contacto dos representantes portugueses com outros ativistas de organizações congéneres e o acompanhamento de um evento político desta ordem promoverá um maior compromisso com a causa de que serão agentes multiplicadores”, explicam.

Os dois elementos da que integram a delegação da CIDSE são Margarida Alvim e Catarina António, deste departamento, e em Portugal ficou a coordenadora, a Ana Sofia Almeida.

Uma oportunidade que surgiu porque a ONGD participa no novo projeto ‘Juntos pela Mudança’ que pretende “aumentar a consciência” de que o comportamento de consumo dos cidadãos europeus tem um “forte impacto” sobre “as alterações climáticas, os modos de vida e o desenvolvimento dos países do sul”.

A ONGD portuguesa adaptou ao “contexto nacional” as ferramentas interativas comuns a 14 países, criadas pela CIDSE, onde o público-alvo vai ser “desafiado a assumir ações concretas” para um estilo de vida mais sustentável e depois “partilham” esta experiência de mudança como fator de motivação.

Depois é feito um trabalho ao “nível da influência política, com a preparação de um manifesto nacional e a disseminação de um manifesto europeu”, desenvolvem.

CR/Ecclesia

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