QUINZENA VOCACIONAL

Nota Pastoral do Bispo de Angra.

Este ano o Domingo do Bom Pastor – o Dia Mundial de Oração pelas Vocações – é a 3 de Maio (Domingo IV da Páscoa), que é também o Dia da Mãe. Na Diocese, vamos assinalar a Quinzena Vocacional de 26 de Abril a 10 de Maio. Evidentemente, devemos rezar e trabalhar pelas vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada, ao longo de todo o ano. Mas o Dia Mundial e a Quinzena Vocacional oferecem-nos a ocasião, para intensificar a nossa oração pelas vocações e para promover acções de animação vocacional.

O Santo Padre propõe-nos, este ano, o seguinte tema: «A confiança na iniciativa de Deus e a resposta humana». Apesar de tudo, Deus continua a chamar, também hoje. É preciso confiar e ter a coragem de ser instrumento de Deus que continua a chamar. De graça e por graça. É esta consciência da iniciativa de Deus, que nos leva a rezar com confiança ao «Senhor da Messe» e a empenhar-nos com esperança em iniciativas de Pastoral Vocacional.

1. Neste Ano Paulino, queremos deixar-nos iluminar e guiar pela experiência vocacional e missionária, que transparece das Cartas de S. Paulo. Ele sente-se um «agraciado por Deus»: tem plena consciência da iniciativa divina na sua vida, do poder da graça do Senhor, em Quem tudo pode. «Sei em Quem pus a minha confiança» – repete ele a Timóteo (2 Tm 1,12).

Não se pode falar de Pastoral Vocacional, sem promover este relacionamento pessoal com a Pessoa de Cristo, como aconteceu em S. Paulo. Ele converte-se no caminho de Damasco e descobre a sua vocação e missão de Apóstolo, não tanto como fruto de uma longa reflexão, quanto porque encontra Cristo e o poder da Sua graça. Pela graça de Deus, sou o que sou e a graça que Ele me deu não foi inútil (1 Cor 15,10).

Paulo reconhece a livre iniciativa de Deus e a Sua acção gratuita, que resplandecem na fragilidade humana. Ora, sem esta experiência da graça, no encontro pessoal com a Pessoa de Cristo, não pode haver proposta vocacional. Quem pode considerar-se digno de ingressar no ministério sacerdotal – pergunta o Santo Padre? Quem pode abraçar a vida consagrada, contando apenas com os seus recursos humanos – continua o Papa (Mensagem 2009)?

A vocação é dom gratuito de Deus, que dá também a graça da resposta. Sem abdicar, de forma alguma, da responsabilidade pessoal, a resposta livre do homem a Deus torna-se, assim, “corresponsabilidade”, responsabilidade em e com Cristo, em virtude da acção do seu Santo Espírito; faz-se comunhão com Aquele, que nos torna capazes de dar muito fruto (cf. Jo 15, 5)» (Bento XVI, Mensagem 2009).

2. Além desta Quinzena Vocacional, ocasião propícia de animação vocacional será também a preparação das paróquias, onde se vão realizar as ordenações sacerdotais e diaconais deste ano. Neste sentido, peço a melhor colaboração das paróquias com o Seminário e os Serviços Diocesanos. Para que esse seja um momento de graça para a Diocese.

Finalmente, lembro que a Quinzena Vocacional, juntamente com a oração, reflexão e acção, é também ocasião para apoiar materialmente o Seminário Episcopal de Angra. Assim, o ofertório das Missas do fim-de-semana de 2 e 3 de Maio tem essa finalidade.

No ano passado, essa colecta rendeu Euros 13.410,99 (treze mil quatrocentos e dez Euros e noventa e nove cêntimos). Agradecendo reconhecidamente, esperamos que continuem sempre e se aprofundem cada vez mais esse interesse e empenho de apoio para com o nosso Seminário Diocesano. Este ano, conta com 24 alunos, assim distribuídos: 6º ano: 5; 5º ano: 2; 3º ano: 5; 2º ano: 4; 1º ano: 2; Secundário: 6.

Demos graças a Deus! E rezemos pela sua perseverança e pela Equipa responsável da sua formação.

Concluindo, a palavra de ordem do Papa para a Pastoral Vocacional deste ano é esta: confiança. É preciso confiar mais em Deus e na Igreja, nos jovens e na proposta vocacional. Aos filhos da sociedade da indecisão, é preciso falar com mais ousadia e desassombro, ser mais corajosos e explícitos na proposta vocacional. Acompanhada, naturalmente, com o testemunho pessoal de radicalidade evangélica. Pois sei em Quem pus a minha confiança (2 Tm 1, 12)!

+ António, Bispo de Angra

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