Depois de animarem a oração de Vésperas no Santuário, integraram concerto que marcou o arranque do Ano Santo Jubilar
A Igreja da Misericórdia em Angra foi pequena para acolher o público que quis associar-se ao inicio do Ano Santo da Misericórdia, marcado em Angra do Heroísmo por um concerto pelo Coro Tibério Franco, com a colaboração do Seminário Episcopal de Angra, pela batuta do Cónego Ricardo Henriques, Vice Reitor.
Além dos bispos de Angra, D. António de Sousa Braga e coadjutor de Angra, D. João Lavrador, foram várias as pessoas que não quiseram deixar de participar naquela que foi uma das muitas cerimónias que pontuou o arranque no Ano Jubilar, esta terça feira.
Ontem, em Roma, na Basílica de São Pedro o Papa Francisco deu inicio a este Ano Santo Extraordinário abrindo a Porta Santa; segue-se agora a abertura de outras Portas Santas em todas as catedrais e igrejas jubilares nas dioceses espalhadas pelo mundo.
Na de Angra, a Porta Santa da Sé será aberta às 18h00 do próximo domingo, numa cerimónia que contará com a colaboração especial dos grupos de jovens da ilha Terceira, estando naturalmente envolvido também o Seminário Episcopal de Angra, sobretudo na organização e animação do cortejo processional que sairá da Igreja do Colégio até à Catedral de Angra do Heroísmo.
Para trás fica uma tradição, inaugurada pelo Cónego Piques Garcia e que se cumpriu mais um ano: os seminaristas animaram a oração de Vésperas na festa da Imaculada Conceição, no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, uma solenidade que encerra “toda a grandeza da redenção da humanidade”, disse o Reitor do Seminário.
A partir do livro do Génesis, acrescentou, fica a ideia do pecado original e, sobretudo da dificuldade que o homem tem não em assumir que peca mas na dificuldade que sente em se redimir desse pecado.
“ O pecado faz isso, depois de realizado, separa, divide, acusa, gera medo e indiferença. Até têm medo de Deus” e sempre que é chamado à razão, “num último momento, o homem esconde-se, porque reconhece que fez mal. O problema está aí: ficar no esconderijo das máscaras que se arranjam para dizer a todos que tudo está bem. E não faltam ideologias que mentem e enganam a nossa própria realidade”, sublinhou o Pe Hélder Miranda Alexandre
Para o responsável do Seminário, a solenidade da Imaculada Conceição é “o momento” para dar outro rumo à história e Maria, “isenta de pecado, deve ser a grande inspiradora”.
Ao longo da História, a Igreja sempre ensinou a olhar para Maria não só como testemunha e modelo, mas também como criatura particular da Misericórdia de Deus.
“Maria foi redimida como todos nós, mas com a excecionalidade de o ter sido desde o primeiro instante da sua existência isenta de toda a mancha do pecado”, precisou o Pe Hélder Miranda Alexandre, lembrando que em Maria “vislumbramos o plano original do criador, e o horizonte do homem redimido. A mensagem do Evangelho da Misericórdia tomou forma concreta, mundana, humana, na qual compreendemos a força transformadora de Deus, não somente com a mente, mas também com o coração”.
Por isso, Maria “não é só modelo e ideal de uma renovada civilização e espiritualidade cristã da misericórdia, mas também, intercessora misericordiosa para cada cristão” porque Ela mostra que “o Evangelho da Misericórdia de Deus em Jesus Cristo é o melhor que jamais nos foi dito e que nós podemos ouvir, e é simultaneamente o que de mais belo pode existir, porque pode transfigurar-nos, e ao nosso mundo”.
O que para o Reitor do Seminário constitui “um dom e ao mesmo tempo uma tarefa, que devemos viver e testemunhar com a nossa palavra e com a vida, para que o nosso mundo seja mais quente, luminoso, digno de ser vivido e amado”.