Víctor Hugo Forjaz lança livro sobre Sismo de 80 na Ilha Terceira

“Terramoto de 1980 – Memória e Sentimentos” tem 96 páginas , é lançado a 1 de janeiro, na Biblioteca de Angra e conta a história deste violento abalo de terra na dupla perspetiva científica e emocional.

“Terramoto de 1980 – Memória e Sentimentos” é o título do livro da autoria de Víctor Hugo Forjaz, um dos mais reputados vulcanólogos açorianos, que vai ser lançado na Biblioteca Pública de Angra do Heroísmo, no próximo dia 1 de janeiro, dia em que se assinalam 34 anos do sismo de 1980 que arrasou a cidade de Angra do Heroísmo provocando a morte a 61 pessoas.

 

“Trata-se de um livro que pretende recordar um acontecimento trágico que ceifou a vida a 61 pessoas, mas poderiam ter sido muitas mais caso a hora tivesse sido outra, mas sobretudo lembrar que os sismos não desapareceram dos Açores e é preciso continuar a investir em determinadas precauções”, disse ao Portal da Diocese Víctor Hugo Forjaz.

 

O livro tem um “segmento cientifico com o enquadramento geológico” deste abalo de terra, o segundo mais grave na história dos Açores, desde a sua descoberta – 7,2 na escala de Richter – e, depois uma componente de memória, reproduzida na primeira pessoa por alguns dos protagonistas da época.

 

Nele constam testemunhos de Rui Mesquita, presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo na altura (tinha tomado posse na véspera), Francisco Rocha, geofísico e Reis Leite, investigador e uma das peças chave da reconstrução e, acima de tudo, uma reportagem fotográfica “absolutamente dramática”, que tem como finalidade “recordar e mostrar como tudo aconteceu”, acrescenta o vulcanólogo que conhece como poucos a história dos sismos e dos vulcões destas ilhas.

 

É, por isso, um livro “comemorativo mas também  de alerta, sem ser alarmista” para que a “memória não se perca e as pessoas se esqueçam de que os sismos acontecem”, diz o autor que sublinha o marco histórico deste abalo de terra para a vida nos Açores.

 

Em 1980 criou-se o Serviço Regional de Proteção Civil e arrancaram os primeiros trabalhos da primeira rede sismo vulcânica da região.

 

“A função dos cientistas não é só debitar ciência; também devemos lembrar, sobretudo numa perspetiva pedagógica de assinalar para que se possa planear por forma a minimizar os riscos”, conclui o autor.

 

O livro tem 96 páginas de memórias e de registos científicos, é uma edição do Observatório Vulcanológico dos Açores e é impresso pela Novagráfica, num total de 1000 exemplares.

 

Antes do lançamento da obra, às 15h40, hora em que se registou o abalo de terra, os sinos da Sé dobrarão em memória das vítimas e logo a seguir ao lançamento haverá uma celebração eucarística na Catedral de Angra para lembrar os 61 mortos. 

O sismo ocorreu no dia 1 de janeiro de 1980, arrasando a cidade de Angra do Heroísmo e sentindo-se fortemente em toda a ilha Terceira e nas vizinhas Graciosa e São Jorge.

 

Mais de quinze mil pessoas ficaram sem casa e oitenta por cento dos edifícios de Angra do Heroísmo ruíram.

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