Antiga residência episcopal vai ser alvo de obras de requalificação como contrapartida financeira
O Palácio de Santa Catarina, na ilha Terceira, antiga residência do Bispo de Angra e propriedade da Diocese, vai acolher 48 das 53 utentes do Lar do Recolhimento de Jesus Maria José, a partir de janeiro, depois de ficarem concluídas as obras de adaptação e beneficiação do espaço, que deverão começar na próxima semana.
Estas obras a cargo da instituição particular de solidariedade social constituem a contrapartida acordada entre a Diocese de Angra e o Lar do Recolhimento de Jesus Maria José para a cedência do espaço durante um período de 15 meses.
“Não pagaremos uma renda mas vamos investir cerca de 90 mil euros em obras de beneficiação e adaptação do Palácio, ao nível dos quartos, casas de banho, pavimentos e pinturas que melhorarão significativamente as condições de acolhimento não só dos nossos utentes que agora vão usufruir do espaço mas também no futuro” disse ao Sítio Igreja Açores o Presidente do Lar do Recolhimento Jesus Maria José, José Bendito, sublinhando que “são obras caras de que a Igreja vai beneficiar e que de outro modo se calhar não poderiam ser feitas neste momento”.
Esta mudança para o Palácio de Santa Catarina deve-se a uma “urgência” motivada pelas obras no atual edifício do Recolhimento, conhecido como “As Mónicas” cuja primeira pedra foi lançada esta terça feira.
O Governo Regional dos Açores anunciou o investimento de dois milhões de euros na requalificação do Lar do Recolhimento Jesus Maria José, em Angra do Heroísmo, que passará por uma reabilitação total da atual estrutura que ficará adequada “àquelas que são as exigências da atualidade e à funcionalidade que se espera de uma estrutura desta natureza” disse a Secretária Regional da Solidariedade Social, na cerimónia de lançamento da primeira pedra.
O Solar de Santa Catarina é um palacete do Século XVII onde habitualmente se fazem os retiros e reuniões diocesanas mais alargadas, como por exemplo, o Conselho Pastoral e o Conselho Presbiteral, sendo utilizada por todos os movimentos eclesiais com atividade na ilha Terceira.
O edifício há muito que exige uma “profunda intervenção” que, de resto já vinha sendo ponderada, tendo-se chegado mesmo a pensar na sua venda, com evidentes benefícios financeiros.
Adquirida por D. Manuel Afonso de Carvalho para residência oficial do Prelado Diocesano, a verdade é que, desde o seu episcopado, nenhum Bispo utilizou este palacete como residência.
Com esta cedência do Solar de Santa Catarina, as reuniões e atividades diocesanas passarão para as instalações da Cáritas, o Lar Santa Maria Goreti, em Angra do Heroísmo.