D. António de Sousa Braga preside à celebração da Solenidade de Todos os Santos, que marca o arranque da Semana da Diocese
Os açorianos devem aproveitar “esta oportunidade” do Ano Santo da Misericórdia para “serem santos”, disse esta manhã o Bispo de Angra, na celebração eucarística a que presidiu na Sé Catedral, em Angra do Heroísmo, para assinalar a Solenidade de Todos os Santos e o arranque das comemorações da Semana da Diocese.
Numa espécie de exortação a todos os açorianos para se esforçarem a serem santos, praticando o Evangelho no quotidiano da sua vida, D. António de Sousa Braga sublinhou a importância da santidade.
“Neste Ano Santo realizemos obras e sejamos santos. Ser santo é procurar viver uma humanidade realizada, uma humanidade cristã, toda a igreja é chamada a ser santa e nós cristãos temos de dar testemunho dessa santidade como realização concreta da vida humana”.
Para D. António de Sousa Braga, “só há uma maneira de concretizar” os sinais de misericórdia, através “da realização de obras de misericórdia”.
“Uma fé sem obras não vale nada”, sublinhou ainda o Bispo de Angra.
Depois de exortar a igreja diocesana a “preparar-se condignamente” para celebrar esta semana, de “olhos postos no Jubileu da Misericórdia”, o prelado diocesano afirmou ser necessário que cada um “imite Jesus que carregou com extrema misericórdia toda a humanidade”.
“Imitar os seus gestos de amor e de misericórdia é como perpetuar a sua presença neste mundo”, observou.
E este “mimetismo” deve ter por base os “Sacramentos da Reconciliação e da Comunhão, aliando a oração à profissão de fé para uma verdadeira conversão”, disse o prelado fazendo votos de que “a grande indulgência jubilar chegue a todos”.
Para isso, será necessária uma peregrinação até uma das portas da misericórdia, seja na catedral ou nos santuários, ou noutra igreja que localmente seja assinalada para o efeito, como determina a Bula do papa Francisco Misericoridae Vultus.
Hoje arranca na Diocese a comemoração da Semana Diocesana, que acontece num contexto de chegada de um novo prelado, o Bispo Coadjutor, D. João Lavrador, que entrará solenemente na diocese no primeiro domingo do Advento, a 29 de novembro.
Durante esta semana, no dia 3 assinala-se os 481 anos da Bula Aequum Reputamos, promulgada pelo Papa Paulo III, a 3 de novembro de 1534, que criou a diocese de Angra e no dia 8 será celebrado o dia da Igreja Diocesana, com uma Eucaristia às 17h00, presidida pelo Bispo de Angra, na Igreja Matriz de São Sebastião, em Ponta Delgada.
No dia 1 de novembro, a Igreja celebra a solenidade litúrgica de Todos os Santos, data inicialmente adotada na Inglaterra do século VIII acabando por se generalizar progressivamente no império de Carlos Magno, tornando-se obrigatória no reino dos Francos no tempo de Luís, o Pio (835), provavelmente a pedido do Papa Gregório IV (790-844).
Segundo a tradição, em Portugal, no dia de Todos os Santos, as crianças saíam à rua e juntavam-se em pequenos grupos para pedir o ‘Pão por Deus’ de porta em porta.
Por sua vez, a ‘comemoração de todos os fiéis defuntos’, remonta ao final do primeiro milénio: foi o Abade de Cluny, Santo Odilão, quem no ano 998 determinou que em todos os mosteiros da sua Ordem se fizesse nesta data a evocação de todos os defuntos ‘desde o princípio até ao fim do mundo’.
Durante a I Guerra Mundial, o Papa Bento XV generalizou esse uso em toda a Igreja (1915).