Contactos com quatro autarquias estão “avançados”
“Não é para amanhã” mas “estamos empenhados em abrir um espaço que seja a Casa do Romeiro” e os contactos que temos desenvolvido com quatro autarquias “estão no bom caminho”, disse este domingo o presidente do Grupo Coordenador do Movimento de Romeiros de São Miguel (MRSM) durante o encontro de responsáveis pelos 54 ranchos existentes na ilha que se realizou na Escola Secundária da Lagoa.
“As autarquias de Ponta Delgada, Vila Franca do Campo, Ribeira Grande e Lagoa estão muito entusiasmadas em serem nossas parceiras e ficaram de nos arranjar um espaço que seja a nossa casa, onde possamos reunir e fazer as nossas formações e convívios” precisou João Carlos Leite que garante que o MRSM “irá optar por aquela que apresentar melhores condições, pois em qualquer uma ficaremos bem”.
“Não se trata de uma decisão que tenhamos de tomar amanhã mas esperamos que este assunto seja resolvido com alguma celeridade por forma a já vivermos os nossos quinhentos anos (em 2022) com um espaço próprio”, avançou ainda.
“Talvez seja um sonho mas é um sonho que tem de ser concretizado até para honrarmos todos os Romeiros que antes de nós também lutaram por isto. É bom reconhecer que as romarias fazem 500 anos mas nós enquanto movimento reconhecido pela diocese, só temos 12” lembrou o dirigente que durante a reunião não se cansou de frisar a necessidade dos romeiros serem “muito mais do que peregrinos da quaresma”.
“Nós como cristãos temos que ser cidadãos ativos muito empenhados nas nossas comunidades. É uma responsabilidade que temos por sermos cristãos, romeiros mas também de cidadania”, sublinhou o responsável dos Romeiros de São Miguel.
“A nossa responsabilidade passa pelo compromisso e por temos de apostar na nossa própria formação para a podermos levar aos outros”, concluiu.
A reunião de responsáveis do MRSM decorreu uma vez mais na ouvidoria da Lagoa e foi a primeira do ano pastoral em que houve já uma primeira sessão formativa orientada pelo assistente espiritual do movimento, Pe Nuno Maiato sobre o Ano Santo da Misericórdia.
O sacerdote, de uma forma pedagógica e didática, começou por explicar o que é um ano jubilar- “um ano Santo, de perdão”- , quem o pode convocar- O Papa- e quantos anos jubilares já viveu a Igreja ao longo da sua história- “27 ou 29, porque os relatos divergem”- .
Sobre este ano jubilar em concreto o assistente espiritual do MRSM lembrou as palavras do Papa Francisco no dia da apresentação da Bula de Proclamação do Ano Santo para reforçar a ideia de que “somos todos convocados a fixar-nos no essencial, ou seja, a sermos e a agirmos como Jesus”.
“Para sermos misericordiosos como o Pai temos de escutar a palavra de Deus, exercitar o silêncio, e a partir do perdão de Deus, restaurar as nossas vidas para que sejam o mais santas possível”, disse o Pe Nuno Maiato.
“Mais do que um evento, o que a Igreja nos propõe neste ano é uma vivência individual de misericórdia e temos tudo ao nosso dispor para o concretizar e só não o conseguiremos se não tivermos vontade ou disponibilidade pessoal”, concluiu sublinhando que as Romarias Quaresmais foram consideradas pelo Bispo de Angra “peregrinações sagradas”.
Durante a reunião dos responsáveis foi ainda aprovado o plano de atividades que tem já calendarizados outros dois momentos formativos, um a 28 de novembro e outro a 22 de abril. No entanto como estas formações são ao nível de ouvidoria, o Grupo Coordenador aguarda ainda a indicação de disponibilidade por parte das ouvidorias de São Miguel.
O Retiro anual realiza-se a 17 de janeiro, na Escola Secundária da Ribeira Grande e a 13 de fevereiro iniciam-se as romarias, com a partida dos primeiros ranchos.
O Dia do Romeiro celebra-se a 10 de abril, terceiro domingo de Páscoa e em junho termina o ano pastoral com a realização de uma nova ronda de reuniões em cada uma das oito ouvidorias da ilha de São Miguel com responsáveis pelos ranchos e sacerdotes.
Esta ainda calendarizada a habitual participação dos MRSM nas Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada