“Jóia da Coroa” da Vila é propriedade da Fundação mas está cedida à Santa Casa
A Igreja de Santo André, em Vila Franca do Campo, imóvel que remonta ao século XVI, vai ser restaurada, anunciou este sábado o Presidente da Câmara Municipal, que é também o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo, a quem está entregue o cuidado deste templo.
“A recuperação da igreja será promovida em parceria entre a Fundação dos Botelhos de Nossa Senhora da Vida e a Santa Casa da Misericórdia, como proprietária e zeladora, respetivamente” disse Ricardo Rodrigues frisando que o projeto de recuperação “desta jóia da coroa” do concelho está a ser desenvolvido para ser apresentado às autoridades competentes e candidatado a fundos comunitários.
“Neste momento já temos uma verba de 200 mil euros, que é a parte correspondente aos promotores, angariada junto da nossa diáspora nos Estados Unidos”, garantiu ainda o Presidente da Autarquia.
“Não é muito dinheiro para preservar tão grande património mas temos de avançar já na conversação e restauro do imóvel”, disse ainda Ricardo Rodrigues.
Esta igreja integra-se no Convento de Santo André, que acolheu parte do grupo de freiras a quem o Papa Paulo III ofereceu uma imagem do Ecce Homo, foi parcialmente destruída após a extinção das ordens religiosas em 1834, dela restando ainda de pé o palratório e a igreja. No edifício do antigo palratório funciona uma escola de artesanato (bordados, rendas, flores artificiais).
O conjunto, onde coexistem vários estilos consoante as intervenções de época a que foi sujeito, encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público dos Açores pelo Governo Regional a 28 de outubro de 2008.
Salienta-se o emprego e pedra basáltica como elemento construtivo e decorativo característico das ilhas do arquipélago, e dentro a predominância da talha dourada.
A Igreja católica portuguesa celebra hoje o Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja e desafia diversas instituições a envolver-se nesta dinâmica com o tema ‘Património Religioso: Identidades e Lugares’.
Na Diocese de Angra todas as paróquias foram convidadas a expor uma peça do seu património móvel, em lugar de destaque, até ao dia 25 de outubro.
Centrado na especificidade do património religioso local, este dia “pretende integrar a história, a cultura e a arquitetura de cada região, salvaguardando a sua identidade original, mas prestando também ‘atenção às culturas locais’ e ao diálogo da ‘linguagem técnico-científica com a linguagem popular’, explica a diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja.
Sandra Costa Saldanha informa que as atividades programadas vão desde conferências, exposições, lançamentos editoriais, apresentação de intervenções de reabilitação, visitas guiadas, concertos, entre outros eventos que envolvem “arte religiosa, bibliotecas eclesiais, arquivos ou património imaterial”.
(notícia actualizada às 15h30)