Bispo de Angra pede mais justiça e equidade na distribuição da riqueza

Na mensagem de Natal D. António de Sousa Braga defende que o Natal seja uma verdadeira festa do ?encontro? vivida com “sobriedade, justiça e piedade”.

O Bispo de Angra espera que este Natal, marcado por uma profunda crise económica e social, possa constituir uma oportunidade para “mudar estilos de vida” e “repensar o modelo de desenvolvimento” do país de forma a obtermos uma sociedade mais justa e solidária.

 

Na habitual mensagem de Natal aos açorianos, que será difundida pela rádio e pela televisão públicas no arquipélago, na véspera de Natal,a seguir ao Telejornal, intitulada A Festa do Encontro, D. António de Sousa critica o excessivo consumismo desta época e alerta para o facto de só haver partilha verdadeira sem excessos.

 

“Sem sobriedade não há partilha de bens. Como adverte o Papa Francisco, as sucessivas crises económicas devem levar a repensar adequadamente os modelos de desenvolvimento económico e a mudar estilos de vida… É o desapego vivido por quem escolhe estilos de vida sóbrios e essenciais, por quem, partilhando as suas riquezas, consegue assim experimentar a comunhão fraterna com os outros”.

 

Por isso, diz o Prelado, citando novamente o Santo Padre “a crise atual, com pesadas consequências para as vidas das pessoas, pode ser também uma ocasião propícia, para recuperar as virtudes da prudência, temperança, justiça e fortaleza (…), necessárias, sobretudo, para construir e manter uma sociedade à medida da dignidade humana”.

 

O Bispo de Angra pediu a todos os cristãos que “não fiquem indiferentes aos que sofrem e morrem de fome” porque a resposta da Igreja deve ser sempre solidária.

 

“De Belém, põe-se em marcha uma nova sociedade, baseada na justiça, sem a qual não há verdadeiro amor ao próximo”, acrescentou D. António lembrando que “não se pode calar a consciência, dando as migalhas que caem das nossas mesas”.

 

Por isso, o responsável pela Igreja Católica nos Açores apela ao envolvimento de todos os fieis a “inserirem-se e a envolverem-se nas realidades terrestres, qual fermento que leveda a massa, para que surjam novos céus e uma nova terra, onde habite a justiça”.

 

D. António de Sousa Braga lamenta “as desigualdades” que constituem  a “raíz de todos os males sociais” e, uma vez mais, invocando as palavras do Papa Francisco apela aos governantes e ao poder financeiro que “levantem o olhar e alarguem as suas perspetivas, procurando que haja trabalho digno, instrução e cuidados de saúde para todos os cidadãos”.

 

O Bispo de Angra recomenda ainda que se escute a palavra de Deus através de Jesus

 

“Não pode haver Natal, nem espírito de Natal, como Festa do Encontro, sem o encontro pessoal com a Pessoa de Jesus, lá onde Ele continua a salvar e a libertar: na Palavra e nos Sacramentos, na comunidade e no rosto de cada irmão”.

 

Aliás, conclui, “Sobriedade, justiça e piedade são presentes que só o Deus-Menino nos pode dar”, tornando-nos “mais justos e mais humanos” para “construirmos, nestes altos e baixos da história, a Civilização do Amor”.

 

D. António de Sousa Braga termina a mensagem desejando “aos de perto e aos de longe boas festas” e pede-lhes para terem  “coragem e esperança” porque “é Natal!”.

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