Sessão solene comemorativa será presidida pelo Vigário Geral da diocese de Angra
A Fundação Pia Diocesana Obra de Socorro Nossa Senhora dos Mercês, sediada nas Calhetas, ouvidoria da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, celebra 40 anos esta quarta feira, informa uma nota enviada pela sua direção ao Sítio Igreja Açores.
A data será assinalada com uma Eucaristia festiva, no Convento das Clarissas, presidida pelo Vigário Geral da Diocese, precedida de uma procissão desde a Ermida-Mãe de Nossa Senhora das Mercês até ao Convento, com a respetiva imagem.
No dia 24 de Outubro, pelas 17H00, realiza-se uma sessão solene, também no Convento, na qual se apresentará a história da Fundação, o carisma das Irmãs Clarissas e o Perfil estatutário e perspetivas de futuro das fundações diocesanas. Nesta sessão solene, será ainda homenageado António Luís de Mendonça.
A Fundação Obra de Socorro de Nossa Senhora das Mercês foi criada em 1975, durante o episcopado de D. Aurélio Granada Escudeiro embora a obra social que a inspirou tenha sido iniciada em meados da década de 50 pelo casal de benfeitores António Medeiros Frazão e Leonor Silveira, que acolheram prontamente e de forma entusiástica o sonho da professora Maria Francisca Vasconcelos que queria dar mais educação e condições às meninas pobres desta zona do cocnelho da Ribeira Grande.
Apartir desta altura, a diocese além da casa amarela, espaço emblemático onde a obra foi iniciada, passou a gerir ainda o património deixado por este casal de benefeitores: o Bairro Dr Frazão, na cidade de Ponta Delgada, de casas modestas de renda económica, doado à Matriz de Ponta Delgada, bem como terrenos variados nas zonas da Bretanha e da Lagoa. Aliás é das rendas desse chã, espalhado pela ilha, que a Fundação sobrevive economicamente, desenvolvendo uma ação social no terreno, sobretudo na zona das Calhetas e de Rabo de Peixe.
Atualmente apoia de forma regular cerca de 20 famílias para além do contributo financeiro a idosos, para a compra de medicamentos, do apoio a sacerdotes com dificuldades e às irmâs Missionárias da Caridade que desenvolvem trabalho específico nestas duas freguesias, do concelho da Ribeira Grande. A Fundação de Nossa Senhora das Mercês apoia, ainda, a Obra de Maria e as Irmãs Clarissas que vivem no Convento que era propriedade dos benfeitores Frazão e Silveira.
“O importante é nós honrarmos aqueles que foram os desígnios dos fundadores desta obra social e por isso gostaríamos de fazer mais ainda do que fazemos”, diz António Pedro Costa, Diretor desta fundação e que intervirá na sessão solene com uma comunicação àcerca da história desta obra social da igreja. No entanto, lembra que há “alguns problemas de natureza legal, que se prendem com a lei canónica que nos impedem de desbloquear algumas situações”.
Por isso, a “nossa grande prioridade é voltarmos para o terreno, para a ação concreta e menos burocrática que tem constituído uma prioridade porque havia situações matriciais que não estavam totalmente claras”, destaca o dirigente.
Em causa estão terrenos onde foram construídas casas, cujo chão é pertença da Fundação e as benfeitorias dos proprietários que gostariam de o adquirir e “é nisso que temos estado a trabalhar”, em ordem a regularizar todas as situações prediais.
“Esta fundação teve um papel muito importante no passado e nós não podemos enjeitar essa responsabilidade agora. Por isso estamos a trabalhar para agilizar o nosso desempenho”, garantiu ainda António Pedro Costa.
Entre as prioridades da Fundação estáa recuperação da “Casa Amarela”, onde a Obra começou.
“Têm sido equacionadas várias soluções para este espaço que era importante recuperar- até porque é emblemático, pois foi aqui que tudo começou- desde a criação de uma creche, com várias valências incluindo um centro de dia para idosos, mas até à data ainda não foi possível concretizar qualquer ideia” disse ao Sítio Igreja Açores o presidente da Fundação, António Pedro Costa, que sublinha a importância de haver “parceiros para o projeto”.
Construída de raíz para servir de escola, a Casa Amarela acolhia diariamente raparigas “de parcos recursos” a quem se ensinava a ler, a bordar ou as lides domésticas.
“Elas passavam o dia nesta `escola´ onde aprendiam e ao mesmo tempo se alimentavam e eram cuidadas, numa obra sem precedentes para a altura, com um enorme alcance social”, frisa ainda o dirigente.
Todo o financiamento da Obra, que também acolhia idosos, bem como do seu pessoal, era assegurado pelo casal que depois a cedeu à Diocese, no tempo do Bispo D. Manuel Afonso Carvalho que “inaugurou o novo edifício com a presença do Governador civil numa festa enorme para esta freguesia”, lembra, ainda António Pedro Costa.
A Fundação Pia Diocesana Obra de Socorro de Nossa Senhora das Mercês , que agora celebra quatro décadas de história, é uma das três fundações que integram a diocese – a Fundação Pia Diocesana Clinica do Bom Jesus, em Ponta Delgada e a Fundação Maria Isabel Carmo Medeiros, na Povoação-.