Responsável do Secretariado diocesano da pastoral familiar em Coimbra esteve três dias na Diocese de Angra
Mais de duas centenas de agentes da pastoral familiar participaram numa ação de formação promovida pelo Serviço Diocesano da Pastoral Familiar em Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta, orientada por Jorge Cotovio que apresentou o “facilitismo e o individualismo” como os “principais adversários” da família.
De acordo com o responsável pelo Secretariado Diocesano da Pastoral da Família em Coimbra, “a sociedade está ao contrário” porque “durante muitos anos criamos a ilusão de que tudo era fácil e hoje estamos a colher o fruto do que semeamos”.
“Não ensinámos aos nossos filhos a cultura do sacrifício, valorizámos o que não tem valor e criámos uma sociedade sem valores onde adiamos ter filhos porque valorizamos a carreira; onde nos descartamos dos mais velhos porque não temos tempo para eles”, etc.
“Este é o produto e ou nós criamos uma geração que saiba e conheça o que é o sacrifício ou teremos muitas dificuldades”, diz Jorge Cotovio lembrando que “se os políticos nos estão sempre a pedir sacrifícios para pagarmos os erros do passado, também temos de educar os jovens nesse sentido”, frisa lembrando que as dificuldades “fazem parte da vida”.
“O modelo que defendemos inspira-se em Nazaré, mas alguém acredita que a vida desta família foi fácil? Basta lermos a sua história para percebermos que foi feita de desconfianças, de desencontros, de dificuldades, mas ninguém desistiu”, destaca o responsável que é também presidente da Associação Portuguesa de Escolas Cristãs e durante a estada na Diocese orientou duas ações de formação para professores dos colégios católicos de São Francisco Xavier, em Ponta Delgada e de Santa Clara, em Angra.
Numa intervenção dividida sempre em três partes- a importância da família nos dias de hoje; a importância da pastoral familiar e a definição de ações concretas para os agentes de pastoral seguindo o principio de ver, julgar e agir- Jorge Cotovio destacou a importância da família como “uma escola de humanidade”, onde se “aprendem a solidariedade e o respeito” e deixou pistas para um maior acompanhamento dos jovens em situação pre matrimonial e pós matrimonial.
“Temos de fazer aquilo que a igreja faz há dois mil anos: ensinar o significado do Amor” diz o responsável pela pastoral familiar em Coimbra, destacando a importância de “ensinarmos como nos devemos colocar no lugar do outro e contribuir para a sua felicidade”.
Esta ação de formação, repartida pelas três principais ilhas do arquipélago destinou-se em primeiro lugar aos casais implicados na pastoral territorial familiar- Açores 165 e Açores 16- e pretendeu associar-se ao momento que a família vive a nível mundial, seja pela realização do encontro mundial de famílias em Filadélfia, nos EUA, que termina este domingo com a presença do Papa Francisco e o Sínodo da Familia em Outubro, em Roma.
“Depois de uma primeira etapa em que nos organizamos territorialmente encontrando interlocutores em cada uma das paróquias e ouvidorias, agora é preciso apostar na formação e para isso precisamos de orientações”, disse o Diretor do Serviço Diocesano da Pastoral familiar, Cónego José de Medeiros Constância sublinhando que depois “ do despertar é agora tempo de formar e orientar”.
Este domingo a diocese de Angra, em “comunhão” com o Encontro Mundial das Famílias, vai celebrar o dia diocesano da Oração pela Família em todas as Eucaristias.