Pe Ricardo Tavares envia carta ao clero diocesano que integra prioridades para o próximo triénio
O novo diretor diocesano da Pastoral da Cultura, que pretende formar uma equipa diocesana sediada em São Miguel, com representantes de todas as ouvidorias da ilha, acaba de enviar uma carta aos sacerdotes diocesanos desafiando-os a pensarem a cultura a partir do Evangelho.
“A Pastoral da Cultura não é protagonizada por, nem se dirige a elites. Ela consiste na reflexão e na ação que se designa por inculturação da fé, em duas dimensões: reconhecimento do mistério de Deus e dos valores verdadeiramente humanos no seio das culturas, como ponto de partida para o diálogo evangelizador, e no discernimento das fragilidades culturais e proposta de alternativas mais humanizadoras”, refere o Pe Ricardo Tavares que foi nomeado pelo Bispo Diocesano para assumir a direção deste serviço por um período de três anos.
“Este trabalho supõe oração, estudo, conversão pessoal, programação, concretização e avaliação” sublinha o sacerdote, que é professor de Educação Moral e Religiosa Católica na Escola Básica e Integrada da Lagoa, na ilha de São Miguel.
O Serviço Diocesano está neste momento a organizar-se e, de acordo com o seu responsável, “porque está sediado em São Miguel, a equipa-base ficará aí sediada”.
“Cada Ouvidoria de S. Miguel poderá propor nomes de sacerdotes e leigos interessados em prestar este serviço à Igreja. Por outro lado, cada uma das outras ilhas é convidada a criar uma equipa da Pastoral da Cultura local, elegendo um assistente ordenado e uma equipa de leigos, com autonomia para realizar as atividades que achar oportunas, em ligação com o serviço em S. Miguel, que as apoiará”, adianta ainda.
Por outro lado, o Pe Ricardo Tavares lembra que é preciso planificar as atividades deste serviço e por isso envia um questionário a todos os colegas onde além dos temas que podem escolher para o desenvolvimento das suas atividades, solicita a indicação dos formatos de atividades que devem ser desenvolvidas, sempre tendo em conta orientações do Conselho Pontíficio para a cultura, que elege como campo de ação desta pastoral temas como cultura e religiosidade popular, família, educação, juventude, trabalho, pensamento e pluralismo, ciência e tecnologia, património e turismo, desporto, arte e lazer, cidade, meios de comunicação social, minorias e periferias, ecologia, ética e bioética, justiça, política e economia, religiões.
O sacerdote aproveita, também, esta oportunidade para recordar as recentes palavras do Papa Francisco, a propósito do diálogo entre Teologia e Cultura, para sublinhar que esta “não é uma coleção de coisas mortas, mas o rio vivo que remonta às origens”.
“Este rio vai regando diversas terras, vai alimentando diversas geografias, fazendo germinar o melhor dessa terra, o melhor dessa cultura. […] E para encarar este desafio, temos de superar duas possíveis tentações: condenar tudo, cunhando a já conhecida frase todo o passado foi melhor, refugiando-nos em conservadorismos ou fundamentalismos; ou, pelo contrário, consagrar tudo, desautorizando tudo o que não tenha sabor a novidade, relativizando toda a sabedoria cunhada pelo rico património eclesial”, conclui citando Francisco.
De acordo com o sacerdote, este processo de auscultação do clero diocesano deverá estar concluído no final do mês de outubro.