Nota da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana recorda «exigência da fraternidade» para enfrentar «crise humana»
Os bispos portugueses decidiram-se associar-se à Plataforma de Apoio aos Refugiados que é hoje apresentada em Lisboa e esperam que esta e outras iniciativas ajudem milhares de pessoas que tentam entrar na Europa.
A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana (organismo da Conferência Episcopal Portuguesa) refere em nota enviada hoje à Agência ECCLESIA que é necessário “minimizar o impacto da grave crise humana que atualmente é vivida a nível mundial”.
“No dia da apresentação pública da PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados, a que a Conferência Episcopal Portuguesa já deu o seu apoio e que conta com competentes organizações no terreno, a deseja manifestar-lhe, todo seu apreço”, assinala o texto, intitulado ‘Refugiados: A exigência da fraternidade’.
A Conferência Episcopal Portuguesa, agora em Roma, na sua visita ‘ad Limina’ para encontros de trabalho com o Papa Francisco e as instituições da Santa Sé, “deseja contribuir para uma resposta concreta, em colaboração com o Estado e a comunidade internacional”.
“Importa que possamos agir em rede europeia e internacional, para não se perderem esforços nem diluírem responsabilidades, até porque se trata duma operação de futuro complexo”, assume Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
A nota oficial evoca os “numerosos grupos de pessoas que tentaram atravessar o Mediterrâneo” nos últimos tempos, mais de 300 mil desde janeiro, em particular as 2500 que morreram.
“Vimos imagens. Ouvimos relatos. Imagens que preferíamos não ter visto, relatos que seria melhor não termos escutado. Não podemos dizer que não reparamos”, alerta a Comissão Episcopal.
O organismo dos bispos portugueses denuncia “os muros que se multiplicam, as barreiras que levantam, a morosidade em encontrar apoios e soluções consistentes”.
“Não se pode esperar mais”, refere a nota, que cita várias intervenções recentes de responsáveis católicos no mesmo sentido.
O texto deixa ainda críticas a recentes declarações do primeiro-ministro da Hungria, o qual afirmou temer pela perda das “raízes cristãs” da Europa devido à chegada do grande número de refugiados, sobretudo muçulmanos.
“A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana considera alarmantes estas afirmações que contrariam objetivamente a pessoa de Jesus e o seu Evangelho”, pode ler-se.
CR/Ecclesia