Francisco convida cristãos a celebrar Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

Iniciativa inédita e de caráter ecuménico surge em contexto de «crise ecológica mundial»

A Igreja Católica celebra hoje pela primeira vez o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, que o Papa Francisco instituiu, com um apelo à união dos cristãos para enfrentar a “crise ecológica” mundial.

“Em comunhão de oração com os nossos irmãos ortodoxos e com todas as pessoas de boa vontade, queremos oferecer o nosso contributo para a superação da crise ecológica que a humanidade está a viver”, declarou Francisco, na audiência pública da última semana, que decorreu na Praça de São Pedro.

A data vai ser celebrada pelo Papa na Basílica do Vaticano pelas 17h00 (menos uma hora em Lisboa), convidando os fiéis da Diocese de Roma a unir-se aos responsáveis e profissionais da Cúria Romana nesta Liturgia da Palavra.

“Em todo o mundo, as várias realidades eclesiais locais programaram iniciativas oportunas de oração e de reflexão para tornar esta jornada um momento forte, também em vista da assunção de estilos de vida coerentes”, acrescentou.

O Papa instituiu na Igreja Católica este “Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação”, que se vai realizar anualmente a partir do próximo dia 1 de setembro, na mesma data que já era comemorada pela Igreja Ortodoxa.

A criação desta celebração foi comunicada numa carta ao presidente do Conselho Pontifício da Justiça e da Paz e ao presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, respetivamente o cardeal Peter Turkson e o cardeal Kurt Koch. 

“Devemos, antes de tudo, procurar no nosso rico património espiritual as motivações que alimentam a paixão pelo cuidado da criação, recordando sempre os que creem em Jesus Cristo, Verbo de Deus que se fez homem por nós”, escreveu Francisco.

Para o Papa argentino, um Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação vai oferecer aos fiéis e às comunidades a oportunidade de “renovarem a adesão pessoal à vocação de protetores da criação”.

Esta celebração decorre da publicação, a 18 de junho, da encíclica ‘Laudato si’, na qual Francisco propõe uma mudança de fundo na relação da humanidade com o meio ambiente, alertando para as consequências já visíveis do aquecimento global e das alterações climáticas.

“As mudanças climáticas são um problema global com graves implicações ambientais, sociais, económicas, distributivas e políticas, constituindo atualmente um dos principais desafios para a humanidade”, escreve o Papa, no primeiro documento do género inteiramente dedicado a questões ecológicas.

CR/Ecclesia

 

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