Conferência Episcopal Portuguesa vai refletir sobre exortação apostólica do Papa

Bispos manifestaram apoio a campanha da Cáritas pela erradicação da fome.

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou esta terça feira em Fátima que vai dedicar as suas próximas Jornadas Pastorais ao aprofundamento e aplicação da exortação apostólica ‘A Alegria do Evangelho’, do Papa Francisco.

 

O padre Manuel Morujão, secretário da CEP, disse em conferência de imprensa que entre os temas dos trabalhos (junho de 2014) se vai destacar a atenção às homilias.

 

“Nós, pastores, devemos bater no peito, porque tantas vezes a homilia é pesada, demasiado extensa, talvez demasiado teórica”, referiu o sacerdote jesuíta, após a reunião mensal do Conselho Permanente do organismo episcopal.

 

O Papa Francisco apresentou na exortação ‘Evangelii Gaudium’ um “itinerário de preparação da homilia” para os padres católicos, aos quais pede que usem uma linguagem “positiva e compreensível”, que vá ao encontro das “necessidades da comunidade a que se destina”.

 

“A homilia não pode ser um espetáculo de divertimento, não corresponde à lógica dos recursos mediáticos, mas deve dar fervor e significado à celebração” da missa, afirma o Papa.

 

O secretário da CEP considera que é “uma responsabilidade eclesial e social servir os fiéis com a Palavra de Deus viva e eficaz, e não com discursos enfadonhos”.

 

Os membros do Conselho Permanente associaram-se à campanha global da Cáritas para erradicar a fome até 2025, que foi hoje apresentada e conta com o apoio do Papa.

 

“Essa chaga mundial também bate à porta dos portugueses e isso deve acordar as consciências de todos, em particular dos cristãos”, referiu o porta-voz da CEP.

 

Segundo o padre Manuel Morujão, os portugueses merecem “aplauso” pela solidariedade que demonstram nas campanhas de ajuda aos mais necessitados.

 

“Se não fosse a solidariedade espontânea dos portugueses, como é que hoje estariam famílias endividadas, famílias sem trabalho, a terem de sustentar os seus filhos e, às vezes, os seus pais ou avós?”, questionou.

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