Comitiva lusa vai participar em encontro internacional que assinala os 75 anos de existência da comunidade ecuménica
O cardeal-patriarca de Lisboa partiu hoje de autocarro, com mais 58 jovens da diocese, rumo a Taizé (França) para participar num encontro internacional da comunidade ecuménica, que assinala 75 anos de existência.
Em declarações à Agência ECCLESIA, no Seminário dos Olivais, D. Manuel Clemente destacou a oportunidade de “reencontrar um lugar, uma mensagem e uma memória, a do fundador da comunidade, o irmão Roger, que são muito importantes não só como lembrança mas como projeto”.
“A palavra central de Taizé é a palavra reconciliação, reconciliação entre os cristãos, entre os homens e mulheres da Europa e do mundo e isso hoje é tão importante hoje como há 75 anos atrás”, apontou o cardeal-patriarca, aludindo ao facto de esta comunidade ter sido criada em “plena Segunda Guerra Mundial”.
Diante dos conflitos que ainda subsistem, é essencial um projeto onde, a partir “da pessoa viva de Jesus Cristo, a humanidade se renova” e os cristãos podem “ganhar maior consciência do seu papel ao serviço da paz”, complementou.
O encontro internacional de Taizé, entre 9 e 16 de agosto, terá como tema “Por uma nova solidariedade” e servirá também para assinalar com jovens de todo o mundo o centenário do nascimento do Irmão Roger Schütz (1915-2005).
Segundo os últimos dados avançados pelo gabinete de comunicação de Taizé, no total esta atividade deverá contar com a presença de pelo menos 6 mil jovens, dos mais variados países.
Durante a sua estadia entre os jovens, D. Manuel Clemente vai animar dois momentos de reflexão, com destaque para uma conferência sobre a “renovação que está a acontecer na Igreja”, no dia 14.
O cardeal-patriarca vai ainda participar em vários fóruns de partilha com os mais novos, direcionados para temáticas como “a alegria, a simplicidade e a misericórdia”.
Antes da partida para Taizé, D. Manuel Clemente presidiu a uma eucaristia na capela do Seminário dos Olivais, em Lisboa, com a participação dos familiares e amigos dos jovens.
Para Miguel Jerónimo, que segue pela terceira vez para Taizé, realça o “espírito cristão vivo” que a Comunidade de Taizé transmite e a “comunhão” que se cria entre todos aqueles que visitam a pequena localidade com o mesmo nome, situada a cerca de 360 quilómetros de Paris.
“Num período em que de alguma forma o mundo está mais individualista, mais egoísta, Taizé é de facto uma parábola, um exemplo para o mundo de que é possível, ainda que com as nossas diferenças, viver em paz e harmonia uns com os outros”, salientou.
Sobre a ocasião especial que marca o encontro internacional deste ano, com vários aniversários, o jovem de 27 anos, proveniente do Barreiro, deu conta da “grande expetativa” da comitiva lusa em acompanhar “um momento histórico, que é muito dos irmãos de Taizé mas que eles abriram a todo o mundo”.
O regresso da comitiva lusa a Portugal está marcado para dia 16, sendo que deverão chegar a Lisboa no dia seguinte, ao final da tarde.
Recorde-se que já este ano duas comitivas açorianas participaram em várias atividades da comunidade, uma na semana santa e outra agora no verão, em julho.
CR/Ecclesia