Entre 27 e 31 de julho em Fátima
O 41.º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica vai ser dedicado à temática da “comunicação na liturgia”, com especial enfoque nas novas tecnologias, e começa hoje até dia 31 de julho, no Santuário de Fátima.
Numa nota enviada à Agência ECCLESIA, o diretor do Secretariado Nacional de Liturgia (SNL) destaca a importância cada vez maior que “os meios técnicos e instrumentos de comunicação” assumem nos momentos celebrativos das comunidades.
A reflexão vai além das “transmissões radiofónicas e televisivas” para interrogar o modo como as novas tecnologias hoje influenciam a vivência da fé.
“A Missa da televisão serve para cumprir o preceito dominical? O tablet pode substituir o missal? O que é que se comunica nas celebrações?”, questiona o padre Pedro Lourenço Ferreira.
Esta semana de oração e reflexão, dividida entre a Basílica da Santíssima Trindade, a Capelinha das Aparições e o Centro Paulo VI, é dirigida especialmente a todos quantos “servem a Igreja Católica no exercício dos ministérios litúrgicos”.
Participam como oradores, entre outras figuras ligadas à comunicação e à pastoral da Igreja, D. João Marcos, bispo coadjutor de Beja, o padre José Frazão Correia, provincial da Companhia de Jesus em Portugal, o padre Paulo Malícia, diretor do Setor de Catequese do Patriarcado de lisboa, e Paulo Rocha, diretor da Agência ECCLESIA.
O cónego Luís Manuel Pereira da Silva, membro do SNL e que também será um dos conferencistas, destaca a importância de “trabalhar todas as dimensões” que envolvem a liturgia, como “introduzir” e fazer “bom uso” das novas tecnologias, dentro das celebrações.
“As tecnologias podem ser postas ao serviço delas, valorizando a ação litúrgica que ali se realiza”, no entanto elas “não podem ser o centro” de tudo, “um erro em que se pode cair”, alerta o sacerdote.
Sobre o uso de tablets ou outros dispositivos no altar das celebrações, “a Congregação para o Culto Divino já se pronunciou dizendo que o livro, o missal, o lecionário são elementos fundamentais e estruturantes da Palavra e do rito” eucarístico.
“Aqui e além”, no seio das dioceses e paróquias, sentem-se algumas reações e interrogações acerca desta matéria, realça o Professor de Liturgia da Faculdade de Teologia do Porto.
Há quem questione “mas porquê, é tudo mais prático, está aqui, põe-se a internet, isto já está tudo nos sites”, mas “há que pensar estas coisas e pô-las ao serviço do mistério que celebramos, isso é que é importante que nunca nos esqueçamos”, frisa aquele responsável.
Sobre os encontros nacionais dedicados à liturgia, o cónego Luís Manuel Pereira da Silva releva a forma “notável” como estas iniciativas têm contribuído “para a reforma da Liturgia em Portugal, a renovação das formas celebrativas nas comunidades cristãs e à qualidade dessas mesmas celebrações”.
CR/Ecclesia