II edição do livro do Diretor Nacional do Serviço de Acólitos foi lançada na Lagoa
O multifestival ‘Zarpar’ , onde durante três dias se “celebrará a alegria da fé” procurando “evangelizar pela arte”, arrancou esta sexta feira ao fim da tarde, na Lagoa, com o lançamento da II edição do Livro “Mosaicos de Fé” da autoria do Pe Luís leal e do fotógrafo Fernando Resendes.
O festival que conta diariamente com um Cais de Oração animado por vários grupos, uma feira do livro permanente, workshops de temáticas variadas, seis exposições de fotografia, ateliês de teatro e de vídeo e ainda muita música é uma aposta do serviço da pastoral juvenil da Lagoa.
“Faltava-nos um evento de verão que abrangesse os jovens mas que não deixasse de lado as famílias e, por isso, decidimos avançar com esta atividade ousada, preparada em contra relógio, mas cujas expectativas são elevadas”, disse o pároco de Santa Cruz da Lagoa, o padre Nuno Maiato, que está na origem desta iniciativa com o padre Paulo Vieira (Dehoniano).
O festival ‘Zarpar’ com entrada livre e várias atrações realiza-se no Convento dos Frades, na Lagoa, e abre portas sempre às 18h00 terminando às 24h00.
O Zarpar, entendido pelos organizadores “como uma proposta ousada e desafiadora”, começou com o lançamento do livro Mosaicos de Fé, que já vai na sua segunda edição.
Trata-se de uma obra que procura interpretar, do ponto de vista catequético o retábulo da Igreja de São José, na Ribeira Chã, em São Miguel, pintado por Tomaz Borba Vieira, a partir de textos do Pe Luís Leal e fotografia de Fernando Resendes, que em conjunto e “com várias linguagens” procuram explicar a história da salvação.
“Na primeira vez que subi, em Romaria Quaresmal, à freguesia da Ribeira Chã e entrei na igreja, deparei-me com um retábulo que me chamou a atenção pela sua beleza e pela sua expressão iconográfica da história da salvação” refere o autor que ficou surpreendido sobretudo pelo facto de numa igreja dedicada a São José, ele aparecer segurando um cesto com duas rolas brancas ao lado de Maria que segura o menino, em jeito de apresentação.
“Quando vi isto apercebi-me que tinha ali elementos para fazer uma catequese aos irmãos romeiros e daí a este livro foram conversas sucessivas até chegarmos aqui”, disse o Pe Luís Leal sublinhando que a obra nasce “do inesperado”.
Já Fernando Resendes destaca o facto do livro preservar a autonomia de cada uma das artes- a escrita e a fotografia- lembrando que, no entanto “há uma sequência narrativa” cujo principal objetivo “é aproximar o retábulo do leitor”.
Tomaz Borba Vieira lembrou a gramática própria da arte sacra, que “é diferente da arte religiosa porque está intimamente ligada à liturgia” e a “satisfação que lhe deu pintar este retábulo”.
“Foi o trabalho mais feliz da minha vida não porque tivesse pudido fazer o que queria mas pela coerência religiosa e estética a que me obrigou”, disse o Pintor que reconheceu que depois de alguns anos “sente-se bem de novo” por ter havido alguém “que compreendeu este trabalho e a sua importãncia no contexto da arte sacra”.
O retábulo de Tomaz Borba Vieira, com 147 m2, foi concluído em 1966, em ano de “plena reforma litúrgica” implementada pelo Concílio Vaticano II.
O livro “que é um contributo para a divulgação da igreja e da sua comunidade”, sempre integrando “uma perspetiva catequética muito significativa” vai ser agora colocado à venda nas livrarias e será o primeiro trabalho do género.
O multifestival Zarpar prosseguiu com o Cais de Oração, na Igreja, animado pela Juventude Dehoniana e contou com a presença de jovens e de religiosas das diferentes congregações presentes em São Miguel e que se envolveram muito particularmente como parceiras da organização.
O primeiro dia do festival terminou com a atuação da banda de rock católica R3M.
Este sábado será apresentada a enciclica Laudato Si do papa Francisco pelas irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição prosseguindo as atividades normais previstas: três workshops- Aikido, Design Gráfico e Vem EvangeliZarte- Vídeo, Teatro de Sombras e Música com a atuação do Pe Marco Miranda e de Claudine Pinheiro.
O certame começa como habitualmente com o ‘Cais de Oração’, este sábado animado pelo Grupo Movimento Jovem (Rosário da Lagoa); Legião de Maria e Encontros Jovens Shalom .
Esta é a primeira edição do multifestival ‘Zarpar’ que pretende assumir-se como “berço” de uma “iniciativa diocesana” capaz de congregar os jovens católicos.