Jornadas decorrem em Ponta Delgada no dia 12 de fevereiro
O Serviço Diocesano da Pastoral Social promove no próximo dia 12 de fevereiro uma reflexão sobre a pobreza infantil na Região, numa iniciativa que decorrerá no Laboratório Regional de Engenharia Civil, em Ponta Delgada.
“O nosso objetivo é dar a conhecer as boas práticas que estão a ser desenvolvidas na luta contra a pobreza mas, sobretudo, desafiarmos à denúncia e a uma reflexão profunda sobre o que falta fazer de forma a que todos nos comprometamos mais na luta contra a pobreza, especialmente a pobreza infantil”, disse ao Sítio Igreja Açores o responsável diocesano por este serviço, Pe Duarte Melo.
As jornadas diocesanas intituladas “Desafios da Prevenção da Pobreza Infantil” vão juntar especialistas de várias áreas, da saúde à segurança social, passando pela educação e “procurando juntar esforços para que todos consigamos trabalhar em rede” precisou o sacerdote, que sublinha a “articulação” destas jornadas com a Cáritas Diocesana.
Entre os oradores estão, de manhã, Carlos Farinha Rodrigues, especialista em questões sociais relacionadas com a pobreza e a médica Sofia Bernardes, assistente graduada em Saúde Pública na Unidade de Saúde de São Miguel.
Da parte da tarde as atenções estarão centradas nas respostas da segurança social à problemática da pobreza infantil com a participação de Natércia Gaspar, vogal do Conselho de Administração do Instituto de Segurança Social dos Açores e Maria do Natal, do Serviço de Reinserção Social. Depois, serão apresentados dois projetos de resposta ao problema da pobreza infantil: Trajeto Seguro- uma aposta comunitária de sucesso, por Ana Sofia Cabral, psicóloga da Escola Básica e Integrada de Rabo de Peixe, em São Miguel e Kebrar o ciclo de pobreza infantil, por Vitória Furtado do Centro Paroquial de São José e Isabel Fernandes, da Kairós.
As jornadas contam ainda com dois moderadores: Anabela Borba, Diretora da Cáritas Diocesana e Fernando Diogo, sociólogo e professor da Universidade dos Açores.
Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2012, 24,4% das crianças e jovens – um quarto da população com menos de dezoito anos – viviam em situação de risco de pobreza, muito mais do que a taxa de risco de pobreza apurada para a população portuguesa em geral : 18,7%.
Quando olhamos para a taxa de intensidade da pobreza em 2012, a percentagem de crianças e jovens atingidos é de 33,1%, um número que também é superior à média da população (27,3%) e à média da EU para este grupo etário (25,2%), o que revela uma situação ainda mais preocupante.
Se tivermos em conta os números do Rendimento Social de Inserção, vemos que, no final de 2013, esta prestação chegaria a pouco mais de 360 mil pessoas, das quais cerca de perto de 166 mil (bem mais de um terço dos beneficiários) eram menores de idade.
“Estas questões sociais são muito inquietantes sobretudo porque não têm uma resposta rápida e única; por isso o nosso objetivo é desafiarmos e desinstalarmos as pessoas, para que reflitam sobre o problema e, em conjunto, encontrem soluções que minimizem este flagelo”, sublinhou o Pe Duarte Melo.
Estas jornadas são abertas ao público em geral.