Comissão dos Bens Culturais da Diocese de Angra já está no terreno para o inicio do novo ano pastoral
A Comissão dos Bens Culturais da Igreja vai desenvolver o inventário do Património Móvel e Integrado da diocese, no âmbito do protocolo celebrado em abril deste ano com a Direção Regional da Cultura, apurou esta quinta feira o Sítio Igreja Açores.
O projeto de inventário dos bens culturais da diocese- bens móveis, integrados e arquivos- arranca com a aquisição de software, ao abrigo do programa de incentivos para sistemas de gestão- Projecto Thesaurus-, aquisição de equipamentos informáticos e um plano de formação ao nível das diferentes ouvidorias.
“Trata-se de um inventário para conhecer mas também para melhor preservar e garantir a segurança”, disse ao Sítio Igreja Açores, o responsável pela Comissão Diocesana dos Bens Culturais da Igreja, Pe Duarte Melo.
Algumas paróquias já estão sensibilizadas para esta tarefa e já se adiantaram a fazer o seu próprio inventário (casos de Santa Cruz da Lagoa, Corvo, Capelas , entre outras), “o que é muito positivo e indispensável pois, canonicamente, cabe à paróquia essa responsabilidade”, sublinha o sacerdote.
A Comissão, em articulação com a Direção Regional da Cultura, vai igualmente prosseguir o Inventário do Património Arquitetónico, nomeadamente nas ilhas do Pico e do Faial, sendo que a ilha de São Jorge já tem esse inventário “pronto”.
Além disso, a Comissão vai, também, continuar o seu trabalho de classificação dos bens patrimoniais “cuja relevância e prioridade de conservação se coadunem com o estatuto de classificação”.
“Documentar o património cultural da igreja” será outra das iniciativas a desenvolver no âmbito de um ciclo de conferências, agendadas para o 2º semestre de 2015.
A Comissão, que tem por missão assessorar tecnicamente o Bispo de Angra, vai continuar as suas ações de formação e sensibilização em diferentes ouvidorias, estando calendarizadas três sessões em São Miguel e duas nas outras ilhas.
Neste âmbito, recorde-se que a Comissão no final do ano passado, promoveu uma ação de formação, na Ouvidoria de Ponta Delgada sobre o Património ao Serviço do Evangelho, as boas práticas de intervenção do património construído, antes prevenir que remediar: conservação preventiva e a importância dos inventários com três dos seus membros, Igor França, Ana Fernandes e João Paulo Constância.
“Agora queremos estender estas ações a outras ouvidorias” diz o Pe Duarte Melo que elogia “a boa consciência” manifestada pela esmagadora maioria dos párocos no que respeita à conservação e reabilitação do património religioso.
“Verifica-se uma consciência mais alargada que o património é de todos e que deve ser salvaguardado e as orientações que devem ser seguidas devem ser o mais profissional possível e os párocos têm tido essa preocupação” sublinha o responsável diocesano pela Comissão dos Bens Culturais da Igreja.
No entanto, admite que “têm de estar sempre atentos e vigilantes pois é desta inquietação permanente que nasce uma melhor preservação do património”, conclui propondo que, cada vez mais “se insista na criação de equipas- paróquias, ouvidorias, museus locais- de forma a poder rentabilizar o trabalho e os recursos”.
Ao longo do último ano, a Comissão elaborou 24 pareceres técnicos sobre projetos de intervenção, submetidos à Diocese, no âmbito do procedimento diocesano relativo à intervenção sobre bens culturais. Neste sentido, realizou 15 visitas a igrejas, de diferentes paróquias, com vista ao aconselhamento prévio sobre as obras a realizar.
Também assessorou tecnicamente o empréstimo temporário do resplendor do Senhor Santo Cristo ao Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, onde atualmente decorre a exposição Splendor Et Gloria.