D.António de Sousa Braga faz balanço “muito positivo” desta visita a Roma quer pelos contactos mantidos ao nível do Vaticano quer pelo “espírito de união” entre os Bispos portugueses
O Bispo de Angra faz um balanço “francamente positivo” desta sua terceira visita ad limina a Roma, desde que foi ordenado em 1996 e garante que “apesar da saúde não estar 100%” sente-se “muito animado” para o ano pastoral que começa no dia 4 de outubro.
“Foi uma experiência muito positiva e depois dos encontros com o Papa Francisco e com os diferentes dicastérios, que estavam muito a par da realidade pastoral portuguesa, julgo que ficamos todos mais cientes e mais ligados”, disse D. António de Sousa Braga ao Sítio Igreja Açores este sábado no final da visita de uma semana que os Bispos portugueses fizeram ao Papa Francisco.
“O balanço só pode ser positivo porque preparou-nos para o próximo ano pastoral que vai ser vivido como o Ano Santo da Misericórdia, e no caso da diocese de Angra, com a particularidade muito bonita de termos durante a Quaresma a visita da imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima”, sublinhou o responsável pela Igreja Católica nos Açores.
“Ao fim ao cabo todos nós que estivemos aqui andámos à volta de Nossa Senhora e esta visita acabou por ser também um momento privilegiado para a preparação da visita do Santo Padre ao Santuário de Fátima por ocasião das comemorações do centenário” destacou ainda.
É, de resto “curioso que foi sempre em nome de Nossa Senhora que estivemos com o Papa”, sublinhou o prelado lembrando que esta visita serviu para “pontualizar o que a Igreja faz em Portugal e acompanhar o registo do Papa Francisco”.
Uma ideia também deixada em jeito de balanço pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa afirmou no fim da visita “ad Limina” que os encontros na Santa Sé foram uma oportunidade para “pontualizar” o que acontece em Portugal, pedir “esclarecimentos” e “acompanhar” o estilo do Papa.
“O Papa Francisco contagia, ele é muito autêntico”, referiu D. Manuel Clemente, acentuando a tónica que põe sempre na misericórdia.
“O Papa Francisco, põe sempre a tónica na misericórdia, na atitude de ir à procura do outro, por mais perto ou mais longe do outro, percebendo que nem todas as situações estão de acordo com o que é a proposta evangélica, mas nós temos de estar de acordo com o que é fundamento do Evangelho que é o amor por todos e por cada um”, referiu.
Os bispos de Portugal realizaram entre os dias 7 e 12 a visita “ad Limina” ao Vaticano para celebrar nas quatro Basílicas Papais (São Pedro, São Paulo, São João e Santa Maria Maior), um encontro com o Papa Francisco, que decorreu no primeiro dia, e reuniões de trabalho nos diferentes organismos da Cúria Romana.
“Na Igreja de Roma, que preside à caridade, dão-se instruções gerais para a vida da Igreja, porque a vida da Igreja decorre nas Igrejas particulares à volta do respetivo bispo”, salientou.
Para D. Manuel Clemente, a família e o tema da misericórdia são os mais relevantes de uma semana de encontros e diálogos na Santa Sé.
“A prioridade é a da atitude misericordiosa, a passar para as comunidades e o comum dos fiéis. Isto é, nós percebermos que se estamos do lado de Deus estamos do lado de todos. E isto é tão óbvio no Papa Francisco”, afirmou o
“Fazermos das famílias o centro das comunidades cristãs para assim sermos também uma proposta à sociedade geral que só ganhará em por a família no centro”, sublinhou.
Quanto a uma eventual visita do Papa Francisco aos Açores, no verão de 2016, D. António de Sousa Braga foi cauteloso, lembrando que o Papa tem preferido visitar lugares onde não há fé enraizada ou que estão mais dessacralizados.
“O Papa Francisco quando lhe falei da visita já sabia do convite que lhe tinha sido endereçado e julgo que gostou. No entanto uma visita desta natureza tem de envolver os mais altos responsáveis do Governo Regional e é disso que estamos a tratar já”, finalizou.